Neoclassicismo-A França como berço
 
Depois que Luís XVI é deposto, a França conhece o verdadeiro caos. Cabe ao exército colocar um mínimo de ordem interna no país. Surge Napoleão Bonaparte com ideais muito parecidos com os que vigoravam em Roma. O exército vai messianicamente levar os princípios da democracia a outros povos. Por onde passam deixam o logo “N” de Napoleão (assim como os romanos deixavam seu “SPQR”-Senatus Populusque Romanus, o Senado e o Povo de Roma- em todo o lugar onde passavam).


Napoleão atravessando os Alpes-Jacques-Louis David,1800 

Vem de Napoleão, implementar o gosto romano na Arte que significava solidez, sobriedade, poder, estabilidade, consistência, elegância (assim como em qualquer lugar do mundo a arquitetura das instituições é "(neo)clássica”). Clássico no sentido amplo é algo eterno e imortal. O Neoclássico vem junto com  a grandeza e a solidez almejadas por Napoleão. Com as descobertas de Pompéia e Herculano descobre-se o cotidiano dos romanos. Imediatamente vira moda: as mulheres francesas vestiam modelos encontrados em Pompéia. Os móveis entravam para o design com o nome de “estilo império”.

O Juramento dos Horácios-Jacques-Louis David, 1784. 

O neoclássico é o estilo mais perto da arte acadêmica. É o estertor da nobreza pois a Revolução francesa já está no horizonte (Goethe será o último neoclássico e o 1o. romântico, na literatura). O Neoclassicismo ou Academiscismo se baseia em cânones objetivos. O certo e o errado, o feio e o bonito são conceitos pré-determinados. Ele segue regras a priori, imitando sempre o modelo usado pelos mestres do passado. A Revolução francesa dá grande impulso à pintura neoclássica "os revolucionários gostavam de se considerar gregos e romanos renascidos" diz Argan. O clássico é erudito (conhece as teorias) o homem universal. Não existe o “eu” do artista. Ele retrata um mundo de tipos, sem emoções. Um mundo absoluto.


Perseu com a cabeça da Medusa-Canova,1800 

A França é o berço da volta dos valores renascentistas (gregos em última análise). Está consolidada, é supremacia de civilização, língua, artes. Napoleão restaura a Academia e esta vai estabelecer as diretrizes para as escolas de Belas Artes. A formação do pintor já não se dá junto a um mestre, mas na Academia. Napoleão nomeia Jacques Louis-David como pintor oficial. E ele responde com prazer às ideias revolucionárias. Vai se tornar parte da máquina imperial fazendo aquilo que o Estado necessita.Torna-se propagandista de Napoleão. Com “O Rapto das Sabinas” ele, através de um tema grego, pode ser lido como a queda da Bastilha. Ele expõe fatos sem “comentar”. É um testemunho do mundo. Sua filosofia não é cristã, nem pagã, é ateia. A religião daqui para a frente, não preside mais a Arte.

Arco do Triunfo, Paris

 Principais nomes do movimento:Goethe, Voltaire, Rousseau, Haydn, Mozart, Beethoven, Canova, Ingres e, claro, Jacques-Louis David. Este movimento terá eco no Brasil lá por 1815 e se estende até o início do século XX.
Angela Weingärtner Becker

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