ARTE EGÍPCIA

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(aula: *Antônio Brancaglion (1964-2021) 1o. a obter mestr. e doutorado em Arqueologia Egípcia pela USP, 1o. sul-americano a integrar o Institut Français d'Archéologie Orientale du Caire e 1o. brasileiro a integrar o CIEPEG - Comité Internacional pour l'Égiptologie du Conseil Internacional des Musées).
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A criação do mundo é mantida diariamente com o esforço do artista.

A civilização egípcia tem mais de 3000 anos e a egiptologia é uma ciência que tem cerca de 200 anos, (professor *Brancaglion, onde este texto se baseou).
A arte foi seu legado maior. Embora a língua egípcia seja muito sofisticada, não existe uma palavra para a arte.
A arte egípcia antiga não foi feita com fins estéticos, embora exista uma estética oficial. Mas este não é o fim principal já que ali não existe arte pela arte (busca do belo).
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O Egito nos legou um número grande de objetos de Arte pois foi grande a produção e grande a qualidade da técnica.
Uma das maiores características da Arte Egípcia é sua integração. Arquitetura, escultura e escrita podem ser consideradas arte.
Esta arte se mantém até 300 d. C. quando começa a decair. Com o Imperador Justiniano temos o completo fim da arte egípcia. Também o fim das tradições religiosas e artísticas.Não existe uma sociedade com 3000 de existência com a estrutura egípcia. É o primeiro Estado do planeta.
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A Arte é o principal fator de identificação da antiguidade egípcia (vê-se imediatamente que é egípcia. Não se confunde com a arte persa, arte grega etc).
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O Objetivo da arte não é mostrar o que existe mas representar a totalidade, a síntese.
A arte funerária era de grande importância. A morte tinha de ser cultuada, lembrada para que a pessoa continuasse existindo. Caso contrário esta pessoa esquecida vai para a não-existência.
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O deserto é o lugar dos mortos. É no deserto que vão ser construir seus túmulos. O deserto é favorável à mumificação natural dos corpos. Ele seca o corpo e assim o preserva. A partir disso, depois vão fazer a mumificação artificialmente.
O Saara compreendia sete desertos distinguidos conforme a cor.
O deus egípcio é um sol. “A pirâmide é um raio de sol petrificado” (aparência do raio quando sai das nuvens).
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A arte faz a ligação entre os homens e deus. A arte tem função religiosa e é instrumento da Organização do Universo, do ato primordial.
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A composição das cores egípcias obedecem a uma ordem como se fossem uma gramática:
-seguem a forma visual, homem animal planta e objetos
-tudo parte do desenho
-além do visual procura retratar a essência, uma ideia (não usa perspectiva nem sombra)
-observa o objeto de vários pontos de vista, frente, perfil(chama-se aspectiva, lei da frontalidade)
- a tendência é deslocar para o lado e para cima, fazer transparência.
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Quanto mais atarracada é a figura, mais antiga será. E qto mais longilínea, mais moderna.
Usavam sempre o quadriculado para o desenho. Maior ou menor mas sempre 18 quadrículos. Quanto mais alta a hierarquia do desenho, elite, mais rígida é a regra. À medida que vai baixando o status social o desenho fica mais livre. O estrangeiro ocupa a camada mais baixa deste status.

A Arte egípcia não é uma arte simples ou primitiva. É uma arte metafísica. Para eles a verdadeira realidade não era a aparência mas a ideia. A Arte vai perpetuar a ordem que Deus definiu sobre o mundo. Justo por isso que o artista vai ser equiparado com Deus porque faz o que Deus fazia. O artista é um feiticeiro mágico. Os deuses vieram do suor de Deus e o homem veio da lágrima de Deus.
A criação do mundo é mantida diariamente com o esforço do artista.

Dizia-se no Egito Antigo que um artista nunca deveria dormir com fome porque ele preserva a Criação.
Pode ser uma imagem de templo
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