No interior da caverna de Altamira (Espanha) um homem ajeita cinzel e pigmentos para gravar o bisonte que abateu hoje cedo. Era no período paleolítico, entre 18mil a 14 mil anos a.C.
Ele precisa gravar a imagem para devolver à natureza o animal morto. Era assim seu pensamento mágico. Uma de muitas hipóteses.
Desenha e colore com realismo, os volumes e a cor. Como sempre fez. É exímeo desenhista e trabalha com maestria. O animal de hoje, vai junto dos outros: javalis, cavalos, ursos, tigres.
Bafejou nas mãos duras de frio. A tocha que prendeu na rocha calcárea, ajuda um pouco o clima polar da última glaciação.
15 mil anos depois, em 1879, uma menina de oito anos, Maria Afonsina Sautuola (filha de Marcelino Sautuola), passeava com seu pai quando se afasta e entra na gruta. A menina sai e chama seu pai: "pai “eu vi os bois”.
Ela tinha descoberto o primeiro conjunto pictórico pré-histórico de grande extensão.
Ela tinha descoberto o primeiro conjunto pictórico pré-histórico de grande extensão.
Porém, a comunidade acadêmica desdenha a autenticidade do sítio e Marcelo Sautuola morre antes do reconhecimento.
Em 1895, o pesquisador Emile Cartailhac revê o ponto de vista e, após visitar a caverna, escreveu na revista “L'Antropologie” (1902) um artigo intitulado “La grotte d' Altamira. Mea culpa d' un sceptique . O artigo marca o reconhecimento universal do carácter paleolítico das pinturas de Altamira.
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· Modernamente, temos o teste do carbono-14 que ampara os estudos em jazidas e santuários tanto subterrâneos como ao ar livre.
Com a ajuda do carbono-14, os investigadores Laming e Leroi-Gourhan propuseram para as pinturas de Altamira uma datação entre 15.000 e 12.000 anos a.C. Portanto são categorizadas dentro do período Magdaleniano.
Do denominado "átrio" que é o vestíbulo, a sala de entrada iluminada pela luz natural, se passa à grande sala de pinturas policrômicas, A Capela Sistina da Arte do Quaternário.
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