Édouard Manet (1832-1883)
Nasceu em Paris, e já no colégio onde fez os
primeiros estudos, demonstrou interesse pelo desenho. A família, no entanto, rejeitou
sua pretensão de tornar-se pintor. Em dezembro de 1848, como aprendiz de
piloto, embarcou com destino ao Rio de Janeiro. A breve passagem pela cidade
está documentada nas cartas que enviou do Brasil a seus familiares na
França.(Comentou que ficou fascinado pelas cores e os reflexos da Baía
de Guanabara).
Manet começou a pintar temas nada convencionais
para os salões. “Eu pinto o que eu vejo, e não o que os outros gostam de ver”.
Em 1859 pintou seu primeiro quadro recusado
pelo Salão: “O Bebedor de
Absinto”. O que era questionado na arte de Manet não era sua
técnica, mas sim a violação de alguns princípios estéticos como, por exemplo,
retratar um bêbado nas ruas, com toda a crueza visual que um tema deste pode
ter, o que era muito para críticos que ainda não tinham seus olhos acostumados
à realidade explícita.
O mesmo aconteceu com “Almoço na Relva” que, no Salão de 1863,
provocou um dos maiores escândalos da arte moderna, por colocar uma moça nua
participando de um piquenique com dois senhores vestidos-a roupa de uns deixava a outra ainda mais nua. O mesmo aconteceu com
"Olympia"-1863- (que traz evidências de sua vida sofisticada e possivelmente corrupta) quase foi destruída no Salão de Paris de 1805. A moça retratada nua, foi cruamente representada, diferentemente dos nus "suaves e adocicados" da época. Manet não somente expôs a prostituta, a bela cortesã em pleno vigor, aos olhos do mundo, mas transformou-a numa deusa. E isto não foi considerado"correto" ou "apropriado". Era, sim, uma blasfêmia. Até então, os nus eram odaliscas representadas em sua convencional e exótica exposição.
Edouard
Manet, pintor francês, é considerado a figura senior dentre os artistas
impressionistas. Muitos dos jovens impressionistas daquela época seguiram a
liderança de Manet e abandonaram os tradicionais estilos artísticos até então
adotados. Esta tendência serviu, em alguns casos, como inspiração para a arte
moderna. “um homem do seu próprio tempo”, segundo ARGAN (A arte moderna) –
rompendo a aurora do modernismo na arte. Ao regressar do enterro de Manet, seu
amigo Edgar Degas, grande pintor, disse: "Não sabíamos que ele era tão
grande." A frase revela o drama de um dos maiores artistas franceses,
pouco compreendido enquanto vivo.
Manet morreu em Paris em 30 de abril de 1883.
Após a exposição realizada em sua memória, a obra do pintor finalmente obteve
reconhecimento.
Angela Weingärtner Becker
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