Grant Wood(1891-1942) e sua “American Gothic”


Grant Wood foi um pintor americano nascido em ambiente rural, no estado de Iowa. Foi um dos principais regionalistas dos anos 30. Estudou Artes (Instituto de Artes de Chicago, Washington, Academia Julian) e visitou por quatro vezes a Europa onde se apaixonou pela obra do pintor holandês Jan van Eyck. O detalhamento de sua pintura futura, quando volta para se estabelecer em Iowa, é resultado desta influência flamenga.

Grant Wood viveu de 1922 a 1935 num sótão de uma carruagem onde fez seu estúdio.
Ficou casado por três anos, mesmo sendo homossexual. Ajudou artistas iniciantes durante a Grande Depressão quando a América agonizava.
Tornou-se um grande proponente do regionalismo em seu país, onde deu inúmeras palestras acadêmicas sobre o tema. Logo estava associado a este tipo figurativo, regionalista onde o típico americano era retratado. Ao mesmo tempo rejeitou com veemência a abstração europeia que vira em suas viagens para estudos artísticos.
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Em 1930 participa de um concurso no famoso Art Institute of Chicago quando recebe o terceiro lugar. Rapidamente os jornais reproduzem a obra que ganha popularidade instantânea. O povo gosta. Usa-se a pintura para cartoons, propagandas, paródias. Wood é reconhecido imediatamente. Mas não na região de sua terra natal onde as pessoas se ofenderam. Críticos como Gertrude Stein, viram na obra a ironia, a caricatura. Seus conterrâneos entenderam como uma obra ofensiva.Não queriam ser tratados como caquéticos, cômicos, puritanos.
De fato, até hoje é considerada uma mistura de arte, reverência e sátira ao americano da zona rural.
Grant Wod era um admirador sincero do regionalismo americano e se defende junto aos conterrâneos dizendo que não tinha feito uma caricatura “Tive de ir à França para apreciar Iowa” diz.

O dentista e sua irma, modelos da obra

Para fazer o famoso “American Gothic” ele usou como modelos sua irmã e seu dentista pessoal. Vestiu-a com um avental de padrão colonial evocando a arte americana do séc XIX. O forcado nas mãos do velho, a austeridade dos rostos demonstram a dureza do trabalho rural.

 Seu biógrafo fala que ele teria achado absurda a casa que se vê ao fundo com a janela imitando as catedrais góticas europeias. Seria o estilo “gothic revival”. Ele teria dito  que pintara a casa imaginando como eram as pessoas que ali habitavam.

  Já nessa explicação tem uma ambivalência entre a reverência e a sátira....Provavelmente  os dois.
anúncio de roupas em 1958

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A verdade é que esta obra se tornou quase tão popular como “O Grito” de Munch  “O Rinoceronte” de Albrecht Dürer, e outras que são usadas em todo o tipo de artigo vendido nas lojinhas dos museus e mais. 
Quando visitei o Art Institute de Chicago, lamentei muito não ter visto esta icônica obra. Estava emprestada. O vazio na parede foi muito lamentado por mim.Obras famosas caminham pelo mundo.
Angela Weingartner Becker

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